Por que ocorre problema de ereção
ou disfunção erétil (DE)?
A ereção é uma resposta
fisiológica do pênis como qualquer outra resposta de qualquer outro órgão. O
problema surge quando o próprio órgão é afetado, quando há impedimento da
transmissão pelo sistema nervoso ou pela falta de manutenção do gradiente de pressão
do sangue no interior dos corpos cavernosos do pênis. Outros componentes que
podem trazer problemas para a ereção estão relacionados à deficiência hormonal
e a transtornos da afetividade e do humor.
O estresse pode influenciar no
desempenho sexual?
Sim, o estresse pode agir contra
o bom desempenho sexual. Tanto o estresse agudo como o estresse crônico impedem
o bom desempenho sexual.
Influências ou fatores
psicológicos podem ser considerados mais prevalentes sobre os problemas de
ereção?
Fatores ou influências
psicológicas afetam mais a população de homens jovens, entre 25 e 45 anos de
idade. Embora tais influências possam coexistir com outros fatores físicos ou
orgânicos, decorrentes de doenças como o diabetes, a hipertensão arterial,
deficiência hormonal, doença de Peyronie, etc.
Existe tratamento para a
disfunção erétil? Há algum remédio para ajudar? Existe cura?
Existe tratamento seguido de
cura, como também existe tratamento contínuo, porém sem cura. Depende da causa
da disfunção erétil. Quando a causa é decorrente do transtorno da afetividade
ou por ansiedade, estresse e depressão, o tratamento é seguido de cura na
maioria das vezes. A psicoterapia constitui um excelente recurso para reverter
a situação. Porém, quando a causa for orgânica ou física, o tratamento não
proporciona a cura, mas é capaz de devolver a capacidade erétil e o retorno à
vida sexual plena. Neste sentido, os medicamentos orais, injetáveis e as
próteses penianas restabelecem a atividade sexual dos pacientes. As próteses
penianas representam o único recurso capaz de restabelecer o pênis para o
intercurso sexual definitivamente devido a doenças orgânicas.
Os homens têm algum tipo de
preconceito em buscar ajuda ou se tratar?
Sim, os homens sempre resistem
muito para procurar ajuda com o urologista. No início do aparecimento da
disfunção erétil procuram pela farmácia ou por receitas naturais sem orientação
médica. Os meios de comunicação nos últimos tempos têm encorajado os homens a
procurar por ajuda médica mais cedo.
É necessário abrir o assunto para
a parceira? Em que isso pode ajudar?
Eu costumo dizer que a disfunção
erétil é um problema do casal, e não apenas do homem. Por isso, sempre costumo
abordar o problema com o casal. Muitas revelações de ordem comportamental
surgem durante as entrevistas dos casais que passam por esse problema. Após uma
entrevista com a parceira individualmente, ocorrem muitos ganhos na relação do
casal que não seriam possíveis se a abordagem fosse restrita apenas ao homem.
Durante o tratamento podem
ocorrer relações sexuais?
É natural que durante o
tratamento possam ocorrer relações sexuais. Porém nos orientamos para que o
nível de exigência seja pela qualidade, e não pela quantidade das relações. Com
a quebra desse paradigma típico de uma cultura machista, ocorre uma melhora em
todos os aspectos da sexualidade.
Uma vez tratado, o problema pode
voltar? E se não tratado, o que pode acontecer?
Como qualquer problema de saúde,
é preciso que fique bem claro que o tratamento é um meio, e não um fim. Após o
esclarecimento dos problemas são elucidadas as causas para o casal e as
propostas de tratamento são oferecidas. O resto deve vir por conta do paciente
e do casal. As falhas de tratamento em geral são devidas à intolerância aos
medicamentos, ou a transtornos psicológicos ou mesmo de resistência aos
tratamentos que merecem a intervenção de psicoterapia. Em casos extremos, a
separação ocorre como consequência de casos insolúveis com os recursos
disponíveis e nesses casos a origem central do problema é a incompatibilidade
afetivo-sexual do casal.
Antônio Barbosa de Oliveira Filho
é Doutor em Ciências, junto ao Programa de Pós-Graduação em Urologia pela
Universidade Federal de São Paulo, Mestre em Ciências da Saúde pela Faculdade
de Medicina de São José do Rio Preto e atua na área de Medicina, principalmente
nos seguintes temas: disfunção erétil, andrologia, câncer de próstata,
hiperplasia benígna da próstata e sexualidade.
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