segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Jovens consomem álcool influenciados por pais e amigos

Ana Carolina Athanásio - Agência USP

 
 
 

Más influências

A maioria dos adolescentes é influenciada pela família e amigos a consumir bebidas alcoólicas e a bebida simboliza uma espécie de rito de passagem na transição da infância para a vida adulta.

Esta é a conclusão de um estudo feito pela pesquisadora Sinara de Lima Souza, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP.

Segundo dados obtidos pela pesquisadora, apesar de já conhecerem os efeitos da bebida alcoólica no organismo e na vida social, adolescentes costumam consumir a bebida como forma de autoafirmação e para serem aceitos em seu círculo afetivo.

Aceitação e incentivo dos pais

Sinara desenvolveu o estudo para conhecer os motivos que levam os adolescentes à ingestão de álcool. A pesquisa foi feita na Bahia, onde Sinara é professora, na Universidade Federal de Feira de Santana.

Em parceria com centros de saúde da cidade, a pesquisadora convidou vários jovens entre 10 e 16 anos para participar de discussões e entrevistas sobre o assunto.

A pesquisadora concluiu que uma das causas que leva os adolescentes a ingerir álcool é a aceitação e o incentivo dos pais.

Segundo Sinara, "a maioria dos entrevistados que participaram da pesquisa tinha um membro próximo na família que consumia álcool. Muitos afirmam que o consumo de bebidas é comum no ambiente familiar e que os próprios pais incitavam os filhos a beber".

Vício em família

Além disso, de todos os adolescentes ouvidos na pesquisa - mais de 60 participaram, mas apenas 21 adolescentes constituíram sujeitos de estudo -, somente dois disseram que a figura materna exerce influência no consumo de álcool.

"Foi observado que, para a grande maioria dos entrevistados, a figura paterna é a responsável por levar e tornar o consumo da bebida alcoólica algo rotineiro. Muitas vezes esse adulto pede para o filho comprar bebidas. Isso mostra ao adolescente que é possível adotar essa prática legalmente proibida para pessoas nessa faixa etária com grande facilidade e passar a agir como adulto", afirma.

Aceitação entre os amigos

O círculo de amigos e os novos hábitos dos adolescentes também são, para Sinara, aspectos importantes que aceleram e os incitam ao consumo de bebidas alcoólicas. A promoção de encontros em que a bebida é livre, como as festas Open Bar, faz com que os jovens sintam-se excluídos caso não consumam álcool. "Há intolerância à abstinência. Os adolescentes afirmam que não consumir bebidas alcoólicas faz com que sejam diferentes e causam, muitas vezes, sua exclusão do grupo de convívio", diz.

Na pesquisa foi observado também que muitos dos adolescentes entrevistados já sofreram agressão física por parte de um parente próximo ou conhecem pessoas que convivem com esse problema, mas eles têm consciência dos malefícios consequentes da ingestão de álcool no desempenho escolar. "Os adolescentes reconhecem os efeitos do álcool na vida social. Não se colocam como vítimas e afirmam que quando bebem ficam mais ousados e vulneráveis a se envolverem em casos sérios de violência. Relatam ainda que muitos não conseguem acompanhar as atividades escolares e que alguns chegam a abandonar a escola".

Ritual de passagem

Um fator importante relacionado às causas que levam adolescentes a consumirem álcool é a possibilidade de inserção rápida na vida adulta. Segundo Sinara, "há alguns anos a passagem da infância para a vida adulta era bem delimitada, com um baile de debutantes no caso das garotas por exemplo. Tem-se percebido atualmente que o consumo de álcool é visto pelos jovens como algo que faz com que sejam incluídos na fase adulta".

Para a pesquisadora, o desejo de transgredir regras preestabelecidas é forte na adolescência e quando se veem diante de uma possibilidade de testarem seus próprios limites, demonstrando supostamente serem mais maduros e autoconfiantes. Isso acontece desde a compra de bebidas - já que a venda é proibida para menores de 18 anos - até o consumo em uma roda de amigos e familiares.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Prevenção da osteoporose

Prevenção da osteoporose exige mais campanhas de esclarecimento

Agência Brasil

Prevenção da osteoporose

A osteoporose, doença degenerativa que fragiliza os ossos, podendo aumentar o risco de fraturas, é um problema de saúde pública mundial que atinge, somente no Brasil, 35 milhões de pessoas.

Mas a doença pode ser prevenida.

É o que afirma a presidente da Federação Nacional de Associações de Combate a Osteoporose, Fenapco, Suely Boitman. A entidade, com sede no Rio de Janeiro, tem como meta difundir informações sobre a doença, bem como realizar campanhas de prevenção em todo o país.

Na opinião de Suely, é preciso esclarecer a população que, embora exista o estigma de que a osteoporose está associada a mulheres idosas, a doença pode acometer também homens e pessoas jovens, ainda que com menor frequência.

Osteoporose em homens e jovens

Acredita-se que as mulheres com mais de 50 anos estão mais propensas à enfermidade, devido à perda de hormônio que acontece naturalmente na menopausa, mas levantamentos recentes realizados por institutos de pesquisas do país, indicam que, de cinco homens com mais de 50 anos, um pode ser vítima de osteoporose ou osteopenia (estágio de perda de massa óssea anterior à doença), informa a presidente da Fenapco.

Suely Boitman diz ainda que uma das metas da instituição é trabalhar para que o governo federal amplie as campanhas de esclarecimento que contribuam para a prevenção do mal, a começar pela oferta de alimentos nutritivos ricos em cálcio e proteínas, na merenda escolar:

"O que pretendemos é que as autoridades do país nos ajudem realizando campanhas nos meios de comunicação e adotem nas escolas públicas hábitos de vida saudáveis. Aposto que com iniciativas assim o custo da saúde no país será reduzido".

Estilo de vida saudável

Suely afirma que o trabalho de prevenção é essencial e deve ser feito com pessoas de todas as idades. "Nós fazemos divulgação com crianças, jovens, adultos e com pessoas da terceira idade, informando que um estilo da vida saudável pode prevenir a doença", explica.

Ela lembra que, na Bahia, o governo estadual passou a oferecer gratuitamente aos pacientes de osteoporose tratamento diferenciado, com remédios de última geração.

A Fnapco pretende que o projeto seja levado a outros estados da Federação, justificando que existem casos da doença em todo o país. Em Brasília, o Ministério da Saúde, em parceria com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal e a Universidade de Brasília, realizou, nos dias 17 e 18 deste mês. uma série de atividades voltadas para a conscientização da população sobre os cuidados necessários para evitar a osteoporose.


 

Os textos aqui apresentados são apenas de caráter informativo e não substituem, em hipótese alguma, as orientações do seu médico ou um especialista nessa área.