quinta-feira, 17 de junho de 2010

Saiba como identificar, evitar e reagir ao ataque cardíaco.

O ataque cardíaco, ou doença isquêmica do coração, é conseqüência de uma artéria que está total ou parcialmente obstruída, impossibilitando assim, que uma quantidade suficiente de sangue chegue até aquela área do músculo cardíaco. Esta porção do músculo cardíaco sofre um processo de morte celular e necrose, podendo levar à morte súbita ou à insuficiência cardíaca que acarreta limitações físicas até a recuperação do quadro clínico.

A doença é um problema recorrente no Brasil, já que em pesquisa desenvolvida pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo foi constatado que cerca de 300 mil pessoas sofrem ataque cardíaco anualmente. Dentre os fatores de risco que podem levar uma pessoa ao ataque cardíaco estão a diabetes, o tabagismo, a hipertensão arterial, histórico familiar de problemas coronarianos, alto índice de colesterol, sedentarismo, ansiedade e o estresse emocional.

A doença isquêmica tem sintomas visíveis, por isso as pessoas precisam estar atentas quando o corpo "falar". A primeira pista de que a pessoa pode estar sofrendo um ataque cardíaco é o grande desconforto causado por uma dor intensa sentida no centro do peito. Outra evidência é a irradiação dessa dor para a mandíbula, pescoço, ombros e braços, principalmente o esquerdo. Podendo vir acompanhado de uma sensação de desmaio, suor excessivo, náusea e falta de ar. Este quadro significa que a situação é grave e a melhor coisa a fazer é ir em busca de ajuda. "Ao surgirem os primeiros sintomas, a pessoa deve procurar socorro imediatamente", alerta o cardiologista Hélio Castello, diretor da Angiocardio e responsável pela área de hemodinâmica dos Hospitais Bandeirantes e Leforte (SP).

Caso você esteja com alguém que apresente esses sintomas por mais de dez minutos, não perca tempo: procure socorro urgente. Enquanto a ajuda médica não vem, é preciso agir e o mais indicado é:
Tranqüilizar e aquecer a vítima;
Não dar nada para pessoa ingerir;
Se a vítima desfalecer, confira se ainda há respiração e pulso. Na falta desses sinais vitais, dê início aos procedimentos de recuperação cardiopulmonar e mantenha até que o socorro chegue;

 
 

Já se a vítima for você, o médico afirma: "É importante tossir com força, profunda e prolongadamente, várias vezes. Não esqueça de inspirar antes tossir. Repita essa seqüência de inspirar/tossir a cada dois segundos, até que chegue algum socorro ou até que o coração volte a funcionar normalmente. Tudo isso é importante porque a inspiração profunda leva oxigênio aos pulmões e a tosse contrai o coração e permite a circulação do sangue. Além disso, a pressão da contração no coração também ajuda a retomar o ritmo normal".

Depois que a ajuda chegar, o tratamento mais eficiente para o ataque cardíaco é o cateterismo cardíaco, que consiste em introduzir um cateter que caminhe de uma artéria periférica (localizada nos na região da virilha ou dos membros superiores) até o coração para que haja injeções de contraste com o intuito de obter imagens em raio-x e, através destas, identificar a presença das placas de gordura e o local de obstrução da artéria. No caso de haver obstruções importantes, o cateterismo deve ser seguido pela angioplastia, que é feita com o objetivo de desobstruir a artéria do paciente.

O procedimento é feito através de um cateter com um minúsculo balão na ponta que é insuflado dentro da artéria problemática, desobstruindo assim as placas de gordura e sangue que entupiram a artéria. Além disso, é usada uma mini tela feita de aço chamada "Stent", que aberta facilita o fluxo de sangue no coração. Quando esses procedimentos médicos são realizados nas primeiras horas após o incidente, os índices de sucesso são altos, maiores de 95% e com as taxas de risco menores que 5%, sendo o tratamento mais eficaz para estes casos.

Fonte: Dr. Hélio Castello

  • Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Santo Amaro – 1986;
  • Especialista em Cardiologia pela UNIFESP;
  • Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC);
  • Mestre em Cardiologia pela UNIFESP – 1993;
  • Diretor da Angiocardio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário