sábado, 25 de junho de 2011

Detoxificação hepática


Escrito por Carolina Pascoal

O conceito de “limpeza interna” e detoxificação tem sido muito estudado ultimamente devido ao problema de toxicidade nos alimentos, no ar, na água. As toxinas geram danos ao organismo de maneira cumulativa e podem alterar nosso processo metabólico normal.

As fontes comuns de metais tóxicos, além das fontes industriais, incluem chumbo das soldas das latas, canos de cobre, utensílios de cozinha, mercúrio das amálgamas, peixes contaminados, tintas a óleo e cosméticos, materiais de limpeza (formaldeído, tolueno, benzeno), medicamentos, álcool, pesticidas, herbicidas, aditivos alimentares. Infelizmente, arsênico e mercúrio também foram encontrados em produtos herbais chineses e indianos.

Os indivíduos, mesmo com moderada intoxicação, podem apresentar alguns sintomas: dor de cabeça, fadiga, dores musculares, indigestão, tremores, constipação, anemia, tonturas, coordenação motora alterada e problemas psicológicos – depressão.

As principais vias de eliminação das toxinas são: urina, fezes, suor. O fígado, os intestinos e os rins são órgãos primários de detoxificação. O fígado exerce papel fundamental neste processo; neutraliza tanto as toxinas produzidas internamente quanto aquelas que vêm do meio ambiente. Esse processo ocorre em duas fases, chamadas fase I e fase II. O fígado é responsável pela filtragem do sangue, sendo que 2/4 do sangue passa a cada minuto para detoxificação, pois o sangue que vem do intestino contém alto índice de bactérias, endotoxinas bacterianas e outras substâncias tóxicas. Quando o fígado trabalha adequadamente, cerca de 99% das toxinas são retiradas na primeira passagem, porém, quando lesado, a quantidade de toxinas aumenta em 10 vezes.

Aspectos básicos para o processo de detoxificação:

1- Remover: alguns alimentos e bebidas que comumente contêm toxinas e alérgenos alimentares: álcool, leite de vaca, açúcar, farinha de trigo e derivados, amendoim.

2- Prover: dieta alimentar que deve suprir as necessidades básicas de cada indivíduo. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o jejum não é aconselhado, pois neste estado o organismo libera corpos cetônicos, dando assim mais trabalho ao fígado. E também, durante as fases I e II da detoxificação, há uma necessidade muito grande de aminoácidos e vitaminas essenciais para o bom funcionamento do fígado.

3- Hidratação: é extremamente importante para promover a eliminação.

Orientações para o processo de detoxificação:

- Consumir alimentos orgânicos (livres de agrotóxico), com especial atenção àqueles consumidos com maior frequência, como arroz, feijão, mamão papaia, por exemplo. A higiene dos alimentos também é extremamente importante.

- Dar preferência aos produtos de época, que requerem menores quantidades de agrotóxico.

- Evitar alimentos com maior índice de agrotóxico, caso não consuma produtos orgânicos: tomate, batata, morango e mamão papaia.

- Evitar produtos enlatados e comidas prontas.

- Evitar temperos prontos que contêm glutamato monossódico.

- Evitar contato com produtos de limpeza pesada.

- Verifique a procedência da água que utiliza na sua residência e também a lavagem das caixas d’água.

- Lembre-se que pode ocorrer intoxicação através da ingestão, contato ou inalação.

Dicas para melhorar a “ressaca alcoólica”

A famosa ressaca nada mais é do que uma leve intoxicação hepática, em que seu fígado trabalhou muito, tentando metabolizar toda a quantidade de álcool ingerida, e ficou fragilizado. E para melhorar, é necessário deixar o fígado descansar e hidratar o organismo para eliminar mais rapidamente as toxinas.

- Beber muita água, água-de-coco, bebidas isotônicas para repor os sais minerais.

- Evitar o jejum e fazer uma alimentação leve.

- Ingerir produtos integrais (massa, arroz, biscoitos, torradas, pães).

- Ingerir frutas ou sucos naturais e legumes cozidos.

- Ingerir proteínas (queijo branco, ricota e cottage) e produtos derivados da soja.

- Evitar leite de vaca, carne vermelha, frituras e gorduras (margarina, manteiga...).

- Evitar produtos industrializados, como suco e outros.

Carolina Pascoal é Nutricionista com especialização em nutrição clínica pela Universidade São Camilo, atua no Instituto Nova Campinas e coordena um grupo de obesidade infantil no mesmo instituto.

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